A crise de hospedagem para as delegações da COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro, continua sem solução. Com apenas 47 das cerca de 200 delegações com acomodações confirmadas, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, alerta que a situação é sem precedentes e pode levar países como a China a reduzir sua participação. Especialistas afirmam que essa falta de organização pode comprometer a legitimidade da conferência e minar a confiança nas negociações sobre mudanças climáticas.
O encontro entre a Secretaria Extraordinária da COP e representantes da ONU, realizado em 22 de agosto, foi marcado por tensões. Astrini criticou a negligência do governo brasileiro em garantir hospedagem adequada para as delegações, ressaltando que a mudança climática não espera e que o foco deve ser na resolução do problema. O Brasil negou um pedido da ONU para subsidiar as acomodações e anunciou uma força-tarefa para negociar diretamente com os países participantes.
Com a aproximação da conferência, as falhas na gestão de hospedagem se tornam um tema central nas discussões sobre a COP30. A falta de confiança gerada por essa crise pode impactar negativamente as negociações climáticas globais. Enquanto isso, os efeitos das mudanças climáticas continuam a ser sentidos em todo o mundo, como evidenciado pelos recentes incêndios florestais na Europa.