O empresário William Browder, criador da Lei Magnitsky, classificou como uma "violação grosseira" a aplicação da medida contra o ministro Alexandre de Moraes pelo governo dos Estados Unidos. Em entrevista ao UOL, Browder afirmou que a sanção não foi criada para resolver disputas políticas e destacou que Moraes pode contestar o bloqueio na Justiça americana.
Browder enfatizou que não existem evidências de que Moraes esteja envolvido em tortura ou corrupção em larga escala, que são os fundamentos para a aplicação da Lei Magnitsky. "As alegações contra Moraes não justificam sanções", declarou, referindo-se ao uso político da lei por parte da administração Trump.
A Lei Magnitsky, promulgada em 2012 em homenagem ao advogado russo Sergei Magnitsky, foi criada para responsabilizar violadores de direitos humanos. Browder expressou preocupação de que o mau uso da lei possa comprometer sua credibilidade, permitindo que indivíduos envolvidos em crimes graves acreditem que a legislação é utilizada apenas para fins políticos.
Por fim, Browder sugeriu que Moraes poderia ser o primeiro a reverter a aplicação da Lei Magnitsky se decidir buscar a Justiça, afirmando que, se o ministro contestar a sanção, ele tem boas chances de sucesso. "Este caso é um exemplo claro de mau uso da lei", concluiu Browder.