Os Estados Unidos, que apresentaram um crescimento entre 2,5% e 3% nos últimos anos, devem registrar uma desaceleração para uma taxa entre 1% e 1,5% em 2023, conforme análise de André Jakurski, sócio-fundador da JGP. Durante um debate mediado por José Berenguer, CEO do Banco XP, Jakurski ressaltou que, apesar da desaceleração, o país não enfrenta recessão, o que considera admirável, mas artificial, devido a políticas fiscais e monetárias expansionistas.
Jakurski criticou o papel dos bancos centrais na manutenção desse crescimento, afirmando que o afrouxamento quantitativo serve como um financiamento da dívida pública, que saltou de US$ 10 trilhões em 2008 para US$ 37 trilhões atualmente. Ele alertou que a bonança pode estar com os dias contados, uma vez que os juros estão subindo e a emissão de dívida está mudando, o que pode levar a uma "repressão financeira" por parte dos governos.
Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset, complementou a análise, afirmando que a economia americana não está resiliente, mas apenas "ok", com um crescimento reduzido e um cenário de miniestagflação. Ele destacou que a euforia do mercado pode estar relacionada à percepção de que uma guerra comercial com a China não é iminente, mas isso não reflete a saúde real da economia, que continua frágil, apesar da força do mercado de ações impulsionado por tecnologia e estímulos fiscais.