Nos Estados Unidos, as taxas de suicídio entre idosos têm crescido de forma preocupante, especialmente entre homens com mais de 75 anos. O pesquisador Mark Salzer, da Temple University, ressalta que a depressão não deve ser considerada uma parte normal do envelhecimento, mas sim um problema que tem sido ignorado nas políticas de saúde mental, que frequentemente se concentram nos jovens. Dados dos Centros de Prevenção de Doenças (CDC) revelam que a taxa de suicídio entre homens de 75 a 84 anos é de 38,2 por 100 mil, aumentando para 55,7 entre aqueles com mais de 85 anos.
Os especialistas apontam que muitos desses homens não apresentam problemas severos de saúde ou financeiros, mas enfrentam dificuldades em expressar sentimentos e vulnerabilidades, características frequentemente associadas à masculinidade tradicional. Além disso, situações estressantes como divórcios e aposentadorias podem agravar o quadro emocional, uma vez que muitos homens não cultivam laços de apoio social. O psiquiatra Yeates Conwell observa que essa transição para uma fase em que podem precisar de cuidados é desafiadora para eles, enquanto as mulheres tendem a lidar melhor com essas mudanças.
A utilização de armas de fogo nas tentativas de suicídio entre homens idosos é alarmante, pois aumenta significativamente as taxas fatais. Embora homens e mulheres acima dos 50 anos tentem o suicídio em proporções semelhantes, os homens são as principais vítimas devido à letalidade dos métodos escolhidos. Este cenário ressalta a urgência em desenvolver políticas de saúde mental que considerem as necessidades específicas da população idosa e promovam um suporte emocional adequado.