O Brasil observa um aumento significativo no número de trabalhadores com mais de 60 anos, que saltou de 4,9 milhões em 2012 para 8,6 milhões em 2025, representando um crescimento de 76%. Essa mudança demográfica é atribuída ao envelhecimento acelerado da população e à introdução da idade mínima para aposentadoria pela Reforma da Previdência de 2019, que estabeleceu 65 anos para homens e 62 para mulheres. José Alberto Soares Lins, um porteiro de Brasília, exemplifica essa realidade ao afirmar que pretende continuar trabalhando mesmo após a aposentadoria, buscando complementar sua renda.
O levantamento realizado pelo pesquisador Rogério Nagamine revela que, enquanto a faixa etária de 40 a 59 anos também cresceu, o número de jovens no mercado de trabalho está em declínio. A necessidade financeira e a longevidade crescente fazem com que muitos idosos permaneçam ativos no mercado, refletindo uma mudança nas dinâmicas laborais do país. Eloisa Biasuz, funcionária pública, e Fátima Xavier, empreendedora, são exemplos de como as novas regras previdenciárias impactam as decisões profissionais dos mais velhos.
Os especialistas destacam que essa tendência demográfica exige uma adaptação das empresas e políticas públicas que promovam a inclusão dos trabalhadores mais velhos. O economista Alexandre Oliveira Ribeiro enfatiza a importância de ações que combatam o etarismo e garantam uma melhor qualidade de vida para essa população, que cada vez mais se torna essencial para o mercado de trabalho brasileiro. O cenário atual indica que as empresas não poderão ignorar a contribuição valiosa dos profissionais mais experientes por muito tempo.