Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), encomendada pelo programa Fantástico, revela que o Brasil registrou um aumento significativo no número de mulheres como chefes de família. Atualmente, mais de 41 milhões de domicílios são liderados por mulheres, representando 52% dos lares brasileiros. Este fenômeno social reflete uma transformação econômica e cultural em curso no país.
A análise, conduzida pela pesquisadora Janaína Feijó, aponta que a maioria dessas mulheres se autodeclara preta ou parda, possui ensino médio ou superior incompleto e reside em grandes metrópoles do Sudeste. Embora muitas tenham acesso à educação superior, a conclusão dos cursos ainda é um desafio para muitas delas.
Fatores como a educação feminina, mudanças econômicas e programas sociais têm contribuído para o aumento do número de mulheres provedoras. A queda na taxa de fecundidade também permite que essas mulheres se dediquem mais ao trabalho, resultando em um aumento na renda familiar. O perfil de mulheres casadas e sem filhos tem crescido, passando de quase 2 milhões para mais de 6 milhões em 12 anos.
Apesar dos avanços, as mulheres chefes de família enfrentam desafios significativos, incluindo altas taxas de desemprego e desigualdade salarial em relação aos homens. Janaína Feijó destaca a necessidade de políticas públicas adaptadas às realidades locais, enquanto a historiadora Mary Del Priore defende que a educação feminina deve ser uma prioridade nacional para promover uma sociedade mais saudável.