O Brasil enfrenta um significativo envelhecimento populacional, com a proporção de idosos, aqueles com 60 anos ou mais, quase dobrando de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetam que esse número poderá alcançar 37,8% até 2070, o que demanda novas soluções habitacionais e de cuidados voltadas para a terceira idade, especialmente no mercado imobiliário.
A crescente busca por empreendimentos conhecidos como Senior Living, que oferecem moradias adaptadas e serviços de bem-estar, reflete essa mudança. Esses imóveis visam proporcionar autonomia aos idosos, contrastando com as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), que atendem a necessidades mais intensivas e podem ter custos elevados. Eduardo Tristão, sócio do escritório Madrona Advogados, destaca que essa geração busca qualidade de vida e está disposta a investir em seu bem-estar.
Entretanto, o setor enfrenta desafios regulatórios, pois não existe uma legislação específica para os empreendimentos Senior Living no Brasil. A falta de uma regulação clara gera insegurança jurídica e dificulta aspectos como licenciamento e acesso a financiamento. Atualmente, esses projetos são classificados de forma ambígua, o que limita seu crescimento e a segurança dos investidores.
Além dos empreendimentos, a adaptação de bairros para atender às necessidades dos idosos se torna cada vez mais relevante, especialmente em grandes cidades como São Paulo. Ambientes que priorizam acessibilidade e proximidade de serviços essenciais são valorizados, impactando positivamente a qualidade de vida dos idosos. Apesar do aumento do interesse por soluções habitacionais voltadas para essa faixa etária, as ILPIs ainda dominam o mercado, com cerca de 7 mil unidades em operação no Brasil.