A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS se reunirá na próxima terça-feira (26) para sua primeira sessão de trabalho, onde os parlamentares devem votar requerimentos de convocação e pedidos de informação. Entre os mais de 800 requerimentos apresentados, destacam-se seis que visam convocar José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dirigente do Sindnapi, entidade envolvida nas investigações sobre descontos irregulares em benefícios previdenciários.
O foco da CPMI é apurar um esquema bilionário que, segundo estimativas da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, teria gerado cobranças indevidas de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Além de Frei Chico, a oposição também protocolou requerimentos para convocar o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi e outros membros do governo, como os ministros Wolney Queiroz e Ricardo Lewandowski. A reunião contará com a presença de ex-presidentes do INSS e representantes de órgãos como a Polícia Federal e a CGU.
O avanço da oposição ocorre em um momento delicado para o governo, que busca reorganizar sua estratégia após perder a presidência e a relatoria da CPMI. O Planalto está mobilizando esforços para evitar a exposição de Frei Chico, visto como alvo político da oposição. A defesa do governo enfatiza que as fraudes começaram em gestões anteriores e destaca ações recentes para interromper os descontos irregulares e ressarcir beneficiários prejudicados.