A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS se reunirá na próxima terça-feira (26) para deliberar sobre os primeiros requerimentos de convocação e pedidos de informação. Entre os alvos está José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é dirigente do Sindnapi e está no centro das investigações sobre descontos irregulares em benefícios previdenciários. Ao todo, mais de 800 requerimentos foram protocolados, sendo que seis deles solicitam a convocação de Frei Chico para depor na CPMI.
A CPMI foi criada para investigar um esquema bilionário de cobranças indevidas em aposentadorias e pensões, com estimativas apontando para perdas de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Além de Frei Chico, a oposição também protocolou requerimentos visando outros nomes do governo, como o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi e ministros atuais. A reunião de terça-feira já conta com 35 requerimentos na pauta, incluindo convocações de ex-ministros e representantes da Polícia Federal e Controladoria-Geral da União.
O governo busca reorganizar sua estratégia após perder a presidência e a relatoria da CPMI, montando uma “tropa de choque” para conter desgastes políticos. A convocação de Frei Chico é vista como uma manobra da oposição para expor o governo, que argumenta que as fraudes começaram em gestões anteriores. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) defende que a investigação siga uma ordem cronológica para destacar as ações da atual administração no combate às irregularidades.