A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deu início aos seus trabalhos, com a votação de requerimentos agendada para a próxima terça-feira. O deputado federal Mário Heringer (PDT-MG) defendeu que a apuração deve ter um escopo amplo, retrocedendo a governos anteriores para identificar a origem e o modus operandi dos esquemas fraudulentos. Em entrevista à Jovem Pan, Heringer criticou o uso das comissões como palcos políticos e expressou seu desejo de que a investigação produza resultados concretos.
Heringer, que participa de sua primeira comissão de inquérito, acredita que os esquemas fraudulentos começaram há muito tempo e contaram com a conivência de diversas pessoas. Ele ressaltou a importância de investigar não apenas o governo atual, mas também períodos anteriores, afirmando que é necessário recuar até 2015 ou 2019, se necessário, para entender como as irregularidades se estabeleceram. O deputado também comentou sobre a percepção popular de que as CPIs se tornaram um meio para autopromoção política, concordando que esse mecanismo foi desvirtuado nos últimos anos.
O objetivo final da CPMI, segundo Heringer, é esclarecer o funcionamento dos esquemas fraudulentos para a população e punir os responsáveis independentemente de suas afiliações partidárias. Além disso, ele enfatizou a necessidade de criar mecanismos profiláticos para evitar que fraudes semelhantes ocorram no futuro. O deputado destacou que o Brasil precisa respeitar mais suas instituições, mas que estas também devem se fazer respeitar, garantindo uma investigação séria e focada em soluções.