A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) será oficialmente instalada nesta quarta-feira, 20 de agosto de 2025. O atraso na instalação da comissão foi atribuído à obstrução do governo, que teme que a investigação possa enfraquecer sua posição política. A CPMI terá como foco apurar as fraudes que, segundo estimativas, resultaram em descontos indevidos de cerca de R$ 6,3 bilhões por entidades sindicais.
A CPMI surge em meio a um contexto de crescente pressão sobre o governo federal, especialmente após a revelação das fraudes pelo portal Metrópoles, que levou à abertura de inquérito pela Polícia Federal e à demissão do presidente do INSS. Os senadores Omar Aziz e Ricardo Ayres, considerados neutros, não assinaram o pedido de criação da CPMI, o que gerou críticas da oposição. A composição da comissão inclui tanto membros com histórico de apoio ao governo quanto figuras mais radicais, o que levanta dúvidas sobre a profundidade das investigações.
As implicações da instalação da CPMI são significativas, pois pode influenciar a governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comissão terá a responsabilidade de definir um plano de trabalho que pode incluir convocação de ministros e requisições de informações a órgãos públicos. O desdobramento das investigações poderá impactar não apenas a imagem do governo atual, mas também as gestões passadas, à medida que se busca esclarecer a extensão das fraudes no sistema previdenciário brasileiro.