A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) convocou dez ex-presidentes do INSS para depor sobre fraudes bilionárias em descontos ilegais de benefícios, em uma sessão realizada nesta terça-feira, 26 de agosto de 2025. O governo firmou um acordo com a oposição para eleger o deputado Duarte Júnior, do PSB, como vice-presidente da Comissão, após derrotas políticas na semana anterior. As investigações, que abrangem desde 2015, envolvem quatro administrações e apontam desvios de cerca de R$ 6 bilhões, com entidades fraudulentas agindo sem o consentimento dos aposentados.
A Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal identificaram que essas entidades, muitas delas de fachada, fraudaram assinaturas e realizaram filiações em massa. Entre os convocados está Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, além do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que teria fornecido dados e pago propinas para facilitar os convênios fraudulentos. O relator da CPI, Carlos Viana, afirmou que os trabalhos seguirão com imparcialidade e focarão em mapear o esquema fraudulento e identificar todos os envolvidos.
O governo já devolveu entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão a 1,5 milhão de aposentados e pensionistas afetados e busca recuperar os valores desviados na justiça. A CPMI terá um prazo de 180 dias para concluir suas investigações. Viana destacou a importância de apurar com cautela e coragem todos os responsáveis pelos desvios nas aposentadorias e pensões, além de propor medidas que impeçam a repetição dessas práticas no futuro.