A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS começa suas atividades nesta terça-feira (26), com uma pauta repleta de 910 requerimentos à espera de análise. A maioria dos pedidos refere-se à convocação de pessoas envolvidas em um escândalo de fraudes que, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter causado prejuízos de até R$ 6,3 bilhões. Entre os convocados estão Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘careca do INSS’, e o ex-ministro Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, ambos com múltiplas solicitações para depor.
A CPMI foi instalada na semana passada e já conta com um número significativo de requerimentos, sendo 65% deles originários do Senado Federal. Além das convocações, foram protocolados pedidos de quebras de sigilo bancário e telemático, bem como análises financeiras por parte do COAF. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) indicou que o escopo das investigações pode ser ampliado para incluir fraudes em empréstimos consignados, aumentando a complexidade do caso.
Com um prazo de funcionamento de até seis meses, prorrogáveis, a CPMI terá um papel crucial na apuração das irregularidades no INSS. A oposição vê na investigação uma oportunidade para desgastar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto o presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), afirma que não pretende politizar os trabalhos. O desdobramento dessa CPI poderá influenciar significativamente a política nacional e a confiança pública nas instituições governamentais.