A CPI do INSS se reúne nesta quinta-feira para ouvir seus primeiros depoimentos, enquanto governo e oposição ajustam suas estratégias. A oposição tentará explorar possíveis conflitos de interesse na investigação conduzida pela Polícia Federal, que, segundo parlamentares, pode ter poupado pessoas ligadas ao atual governo. Em contrapartida, a base aliada do Palácio do Planalto busca garantir a maioria no colegiado para evitar novas derrotas, como a recente disputa pelo comando do grupo.
Um dos depoimentos previstos é do delegado da Polícia Federal Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, responsável pela Operação Sem Desconto, que ocorrerá sob sigilo. A oposição pretende questioná-lo sobre um contrato firmado pelo escritório do advogado Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, com o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap), entidade sob investigação por fraudes no INSS. O ministro nega qualquer conflito de interesse ou interferência de seu filho na pasta.
Além disso, a oposição busca convocar Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), embora ele não esteja entre os investigados. A estratégia da oposição inclui requerimentos para ampliar o acesso a dados das investigações e mapear ligações políticas, visando identificar influências e relações que possam embasar novas oitivas. O governo também se mobiliza para trocar integrantes da CPI e garantir apoio suficiente para evitar novas derrotas.