A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizou sua primeira sessão nesta terça-feira, 26, acumulando 910 requerimentos apresentados por deputados e senadores. A comissão, instalada na semana passada, investiga irregularidades em benefícios previdenciários estimadas em R$ 6,3 bilhões pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), envolvendo descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Entre os principais alvos das convocações estão Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘careca do INSS’, e ex-ministros do INSS, como Ahmed Mohamad Oliveira Andrade e Carlos Lupi.
O início dos trabalhos da CPMI é marcado por uma intensa disputa política, com a oposição apresentando requerimentos para convocar ex-presidentes, incluindo Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. A vice-presidência da comissão ainda está indefinida, com candidatos de ambos os lados buscando apoio. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) já sinalizou a possibilidade de ampliar as investigações para incluir fraudes em empréstimos consignados, enquanto o presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), enfatiza a importância de esclarecer os fatos e prevenir novas fraudes.
Com um funcionamento inicial previsto de seis meses, prorrogáveis, a CPMI terá um papel crucial na análise das irregularidades no INSS e nas implicações políticas que podem surgir desse processo. A oposição espera desgastar o governo federal, enquanto aliados tentam vincular as fraudes ao governo anterior. O desdobramento das investigações poderá impactar significativamente a confiança pública nas instituições previdenciárias e na política brasileira como um todo.