A coterapia, modelo que envolve dois terapeutas conduzindo sessões de terapia de casais, tem se destacado como uma alternativa à terapia tradicional, onde geralmente apenas um profissional está presente. Essa abordagem, que atrai até casais não monogâmicos, busca proporcionar uma escuta mais equilibrada e profunda, minimizando a possibilidade de um terapeuta favorecer uma das partes em conflito. Atualmente, não há regulamentação específica sobre a coterapia no Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Entre os profissionais que adotam essa prática estão Gabriel Coelho Mendonça e Poliana Queiroz Borges, que atendem juntos desde o ano passado. Com uma relação não monogâmica de sete anos, eles oferecem sessões online para casais e indivíduos em todo o Brasil. Gabriel, que se identifica como não binário, e Poliana, terapeuta junguiana, acreditam que a presença de dois terapeutas enriquece a experiência terapêutica, trazendo perspectivas complementares e promovendo um ambiente de diálogo mais aberto.
A coterapia também é praticada por Marlene Rodrigues da Silva Navarro e Eliana Picolo Stela, que, mesmo morando em estados diferentes, realizam atendimentos online. Os profissionais ressaltam que a sintonia entre os terapeutas é crucial para o sucesso do processo, permitindo que diferentes abordagens terapêuticas sejam integradas. Embora Sigmund Freud tenha inicialmente desaconselhado o tratamento de casais pelo mesmo psicanalista, a compreensão contemporânea sobre a influência das relações humanas no desenvolvimento psíquico tem levado a uma maior aceitação da coterapia como uma alternativa válida na terapia de casais.