Cortes drásticos na ajuda humanitária dos Estados Unidos têm gerado um impacto devastador nas clínicas de saúde familiar em Daikundi, Afeganistão. A midwife Atifa, que trabalha em Melmastok, expressa sua preocupação com a segurança de mães e crianças, afirmando que “mães e crianças vão morrer” devido à falta de recursos. Desde julho, 422 instalações de saúde foram fechadas, incluindo 21 clínicas na província de Daikundi, resultando em um aumento alarmante no medo entre as mulheres grávidas sobre a sobrevivência durante o parto.
A situação se agrava à medida que as mulheres enfrentam dificuldades para acessar cuidados médicos essenciais. O fechamento das clínicas não apenas compromete a saúde materna, mas também afeta a assistência a crianças pequenas. Mariam, uma mãe em Daikundi, perdeu sua filha de cinco meses devido à falta de transporte para uma clínica distante. Agora, com as clínicas fechadas, o acesso a cuidados médicos se tornou ainda mais limitado, especialmente durante o inverno rigoroso da região.
As implicações desses cortes são profundas e alarmantes. Com a economia afegã em crise após a retirada das tropas internacionais em 2021, as midwives como Atifa e Gul Chaman enfrentam não apenas a perda de suas fontes de renda, mas também a responsabilidade crescente pela vida de suas pacientes. A Organização Mundial da Saúde alerta que os cortes podem agravar ainda mais os altos índices de mortalidade materna no país, onde dois terços das mortes maternas ocorrem em regiões afetadas por conflitos. As vozes das mulheres afegãs ecoam um sentimento de desespero e medo por suas vidas e as de seus filhos.