O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% durante sua última reunião, realizada na quarta-feira (25). A decisão, amplamente antecipada pelo mercado, foi acompanhada de um comunicado que enfatiza a cautela da instituição, sem indicações de flexibilização da política monetária no curto prazo. O cenário econômico atual, marcado por riscos fiscais e inflacionários, justifica essa postura conservadora.
A XP Investimentos projeta que o ciclo de cortes na taxa Selic deve iniciar apenas em janeiro de 2026, com cinco reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual, encerrando o ano com a taxa em 12,50%. Essa expectativa reflete a necessidade de um ajuste gradual diante das incertezas econômicas.
Além disso, o governo federal decidiu manter as alíquotas elevadas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que pode resultar em uma arrecadação adicional de R$ 11,5 bilhões em 2025 e R$ 27,7 bilhões em 2026. Contudo, especialistas alertam que esses recursos não serão suficientes para alcançar a meta de resultado primário nos próximos anos, destacando a necessidade de outras medidas fiscais que ainda aguardam aprovação no Congresso.
Por fim, o governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras, a partir de 6 de agosto, afetando principalmente itens manufaturados. A XP estima que essa medida poderá reduzir as exportações brasileiras em R$ 3,5 bilhões até 2025, impactando negativamente o PIB e a inflação do país.