A décima edição da Copa América feminina, realizada no Equador, evidencia a desvalorização do futebol feminino pela Conmebol. Na primeira rodada da fase de grupos, as seleções foram impedidas de aquecer no gramado, levando a seleção brasileira a treinar em um espaço de 15 m² com cheiro de tinta. Após reclamações públicas, a entidade alterou a regra, permitindo 15 minutos de aquecimento para todas as equipes.
Além das condições inadequadas de aquecimento, os estádios apresentam baixa presença de público, com ingressos a partir de US$ 3, resultando em uma média de menos de 300 torcedores por partida. A premiação para a seleção campeã permanece em US$ 1,5 milhão, o mesmo valor da edição anterior, e o uso do VAR foi limitado à fase final do torneio.
As federações também falham em apoiar as atletas. A seleção do Uruguai, por exemplo, protestou por melhores condições de trabalho e obteve melhorias nas despesas de viagem e infraestrutura. Apesar de se classificar para a semifinal, foram eliminadas pelo Brasil.
Em contraste, a Eurocopa feminina de 2025, realizada na Suíça, registrou 657.291 espectadores e uma premiação de 41 milhões de euros, destacando a disparidade entre os investimentos no futebol feminino na Europa e na América do Sul. A expectativa é que a Copa do Mundo de 2027, que ocorrerá no Brasil, traga mais investimento e atenção ao esporte, mas é necessário um esforço conjunto da CBF e Conmebol para promover melhorias significativas.