A COP30, marcada para ocorrer em Belém entre 10 e 21 de novembro, está no centro de uma polêmica devido à decisão de restringir a hospedagem a delegações de 20 países que não mantêm relações diplomáticas com os Estados Unidos. O senador Beto Faro, do PT do Pará, expressou sua preocupação com a soberania nacional, uma vez que uma empresa multinacional está impondo regras que refletem interesses geopolíticos externos. Essa medida visa enfrentar a crise de hospedagem, oferecendo 3.900 cabines, mas levanta questões sobre inclusão e diálogo internacional.
As restrições afetam nações de diversos continentes, incluindo países das Américas como Haiti e Cuba, além de nações asiáticas como Irã e Coreia do Norte, e várias nações africanas. A Secretaria da COP30 justificou a proibição com base em embargos comerciais dos EUA, que impedem transações com empresas que operam sob sua legislação. Para acomodar os participantes da COP30, o governo brasileiro contratou dois navios de cruzeiro com capacidade para mais de seis mil pessoas, que estarão atracados no Terminal Portuário de Outeiro.
O senador Beto Faro também levantou preocupações sobre as altas diárias de hospedagem em Belém durante o evento, que podem forçar delegações a se hospedar em dormitórios coletivos devido aos preços elevados. O governo organizou a ocupação dos navios em duas fases, priorizando países em desenvolvimento e ilhas de pequeno porte, com diárias que podem chegar a até US$ 220. A expectativa é que a cidade receba cerca de 50 mil pessoas durante a COP30, mas ainda existem incertezas sobre a acomodação de outros grupos, como jornalistas e membros da sociedade civil.