A COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, enfrenta um cenário preocupante após a falta de consenso nas negociações sobre um tratado internacional contra a poluição plástica. O impasse foi destacado pelo secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, que considera essa situação um ‘péssimo indicativo’ para o evento. As discussões, que envolveram representantes de 184 países na ONU em Genebra, terminaram sem avanços significativos na última sexta-feira, 15.
Astrini apontou que a resistência de países produtores de petróleo e plástico tem dificultado a implementação de medidas que poderiam limitar a produção e o uso desses materiais. Além disso, a transferência de conflitos nas negociações para conferências maiores, como a COP, compromete o progresso nas decisões sobre combustíveis fósseis e emissões de gases de efeito estufa. A situação é ainda mais alarmante considerando que apenas 27 dos 198 países signatários do Acordo de Paris apresentaram novas metas climáticas até agora.
Com a COP30 se aproximando e apenas três meses restantes para o evento, as promessas climáticas globais parecem insuficientes. Países como China, Índia e União Europeia ainda não entregaram suas metas, enquanto outros, como Brasil e Japão, apresentaram compromissos pouco ambiciosos. A falta de progresso nesta agenda climática levanta sérias preocupações sobre a capacidade da comunidade internacional de evitar catástrofes ambientais maiores, conforme alertou Astrini em sua análise.