A edição do programa Profissão Repórter, exibida na última terça-feira (29), abordou os preparativos de Belém do Pará para a COP30, programada para novembro. O foco do debate era a logística e a infraestrutura da cidade, que, apesar de receber investimentos bilionários, ainda enfrenta desafios sociais e culturais. No entanto, a reportagem provocou uma onda de comentários xenofóbicos nas redes sociais, revelando preconceitos regionais contra a população local.
Ana Toni, CEO da COP30, destacou que as reações negativas são reflexo de um preconceito profundo, tanto nacional quanto internacional. Durante o Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, ela criticou a cobertura midiática, que tem se concentrado em questões logísticas, negligenciando temas cruciais como a crise climática e o papel da Amazônia no evento. Toni enfatizou a importância de um debate mais profundo sobre as relações de poder que cercam a conferência.
Belém, que já possui experiência em receber grandes eventos, como o Círio de Nazaré, está implementando soluções criativas para a demanda de hospedagem durante a COP30. Entre as alternativas, destacam-se os domos ecológicos desenvolvidos pela startup Amazônia Domos, que utilizam materiais reciclados e oferecem conforto sustentável. Além disso, a cidade está adaptando hostéis temporários, navios de cruzeiro e escolas públicas para acomodar os participantes do evento, demonstrando um esforço significativo para garantir a infraestrutura necessária.