André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), confirmou que o governo brasileiro não irá alterar a sede do evento, programado para ocorrer de 10 a 21 de novembro em Belém, Pará. A decisão foi tomada após a ONU convocar uma reunião de emergência em resposta a preocupações levantadas por países em desenvolvimento sobre a capacidade da cidade em receber a conferência, especialmente em relação à qualidade e preços das acomodações.
Os altos custos das diárias, que chegam a US$ 700 por pessoa, têm gerado insatisfação entre as nações participantes. Corrêa do Lago reconheceu que os preços praticados pelos hotéis em Belém estão exorbitantes, com valores superiores a dez vezes os normais, o que pode comprometer a participação de delegações, incluindo de países mais ricos.
A Casa Civil do Brasil está em busca de soluções para o impasse, tentando convencer os hotéis a reduzirem os preços, embora a legislação brasileira não permita imposições diretas. A situação se agravou com a divulgação de críticas por Richard Mutungiz, presidente do Grupo Africano de Negociadores, que ressaltou a insensibilidade do setor hoteleiro diante da crise.
Para atender à demanda, o governo propõe alternativas como a adaptação de escolas públicas e o uso de instalações militares e religiosas, além de navios de cruzeiro e prédios do programa Minha Casa Minha Vida. Atualmente, Belém conta com 4.122 quartos disponíveis, insuficientes para o evento, o que levou a uma crescente preocupação internacional sobre a realização da COP30 na cidade.