O governo brasileiro, por meio do embaixador André Corrêa do Lago, reafirmou nesta sexta-feira (1º) que Belém será a sede da Conferência do Clima da ONU (COP30), marcada para novembro. A declaração ocorre em meio a pressões internacionais, especialmente de países em desenvolvimento, que reclamam dos altos preços de hospedagem na capital paraense. Corrêa do Lago destacou que a participação de nações menos favorecidas é crucial para a legitimidade do evento.
Durante uma coletiva virtual, o embaixador explicou que muitos países, que recebem diárias de 143 dólares, precisam de opções de hospedagem entre 50 e 70 dólares para conseguir participar. Ele reconheceu que, apesar da disponibilidade de quartos, os preços dispararam nas datas da conferência, levando delegações a solicitar a mudança do local do evento.
O governo brasileiro está estudando formas de ampliar os subsídios para as delegações mais pobres, embora a legislação local impeça o tabelamento de preços em hotéis e plataformas de aluguel. A Secretaria Extraordinária da COP30 informou que já estão disponíveis 2.500 quartos com tarifas fixas entre 100 e 600 dólares, além de reservas específicas para os 73 países menos desenvolvidos.
Com a expectativa de atrair cerca de 50 mil participantes, incluindo representantes de mais de 190 países, o Brasil busca garantir uma COP inclusiva, que também permita a participação da sociedade civil e de organizações não governamentais. Corrêa do Lago enfatizou a importância de manter o espírito de participação popular, como demonstrado na Rio-92.