O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Goiânia manifestou sua oposição a qualquer forma de terceirização ou gestão indireta do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O presidente do CMS, Venerando Lemes de Jesus, alertou sobre uma articulação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para a criação de um consórcio regional, que, segundo ele, representaria uma terceirização disfarçada e comprometeria a natureza pública do serviço. Lemes enfatizou que Goiânia possui a capacidade técnica e populacional necessária para manter seu próprio SAMU.
Embora ainda não exista uma proposta oficial protocolada, Venerando informou que as discussões sobre o consórcio já estão avançadas na SES e foram apresentadas ao Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). Ele destacou que, em gestões anteriores, tentativas de terceirização do serviço foram prontamente rejeitadas pelo conselho, que se opõe à ideia de transformar o SAMU em um serviço regional.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (SindSaúde), Neia Aparecida, também criticou a proposta, questionando as razões para a escolha da terceirização em vez de atender às exigências necessárias para a gestão direta. O CMS aprovou uma resolução recomendando ao prefeito Sandro Mabel (UB) e à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que rejeitem qualquer proposta de consórcio ou terceirização do SAMU, priorizando a gestão pública direta e a valorização dos servidores.
O Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macrorregião Centro-Norte (Cisceno), criado em janeiro deste ano, visa regionalizar a gestão do SAMU, com um investimento inicial de R$ 25 milhões. O secretário estadual de Saúde, Rasível dos Reis, defendeu que o novo modelo permitirá descentralizar o atendimento e otimizar custos, mas a proposta enfrenta resistência significativa entre os conselheiros de saúde e trabalhadores da área.