A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) decidiu, em 20 de agosto, não incluir os medicamentos Wegovy e Saxenda na lista de tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde. A medida provocou reações negativas de sociedades médicas, que afirmam que a exclusão desses remédios inovadores amplia a desigualdade no acesso ao tratamento da obesidade e diabetes, doenças que afetam uma parcela significativa da população brasileira.
Em nota conjunta, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) expressaram preocupação com os impactos da decisão. Os medicamentos, produzidos pela Novo Nordisk, são considerados essenciais para o tratamento de pacientes com obesidade e diabetes tipo 2, mas a Conitec argumentou que os custos poderiam chegar a R$ 8 bilhões em cinco anos, o que inviabilizaria sua inclusão.
As sociedades médicas criticaram a postura da Conitec, afirmando que a negativa favorece apenas aqueles que podem arcar com os custos em clínicas privadas, perpetuando a elitização do cuidado. Além disso, destacaram que a decisão contraria os princípios de equidade do SUS e pediram uma revisão das políticas públicas relacionadas ao tratamento da obesidade, enfatizando a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar e programas de reeducação alimentar para garantir acesso igualitário aos tratamentos.