A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) decidiu, nesta segunda-feira, barrar a inclusão dos medicamentos semaglutida (Wegovy) e liraglutida (Saxenda) no Sistema Único de Saúde (SUS). O parecer contrário foi fundamentado no alto custo das medicações, estimado em R$ 4,1 bilhões para atender à demanda nos próximos cinco anos, podendo chegar a R$ 6 bilhões em casos que exigem tratamento contínuo.
Durante a análise, a Conitec destacou que o SUS já oferece alternativas para o tratamento da obesidade, como a cirurgia bariátrica, e que a incorporação dos novos medicamentos poderia impactar significativamente o orçamento da saúde pública. Ambos os medicamentos são aprovados no Brasil para o tratamento de obesidade grau II e III e diabetes tipo 2, mas a comissão considerou que a necessidade de uso contínuo e os custos elevados inviabilizam sua inclusão no sistema público.
A decisão da Conitec gera um debate sobre o acesso a tratamentos eficazes para a obesidade no Brasil, especialmente em um cenário onde a prevalência dessa condição tem aumentado. A restrição orçamentária imposta pela comissão reflete as dificuldades enfrentadas pelo SUS em oferecer novos tratamentos, levantando preocupações sobre a saúde pública e as opções disponíveis para pacientes que necessitam de intervenções mais eficazes.