O Congresso Nacional retomou suas atividades na manhã desta quinta-feira (7), após dias de tensão política e ocupações nos plenários da Câmara e do Senado. Em uma votação simbólica que durou apenas 20 minutos, os senadores aprovaram a manutenção da isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda de até dois salários mínimos, beneficiando milhões de brasileiros. O projeto, que atualiza a tabela do IR para pessoa física, agora segue para sanção presidencial.
A proposta, que isenta da cobrança quem ganha até R$ 3.036, é idêntica à medida provisória editada em abril pelo governo federal e acompanha o recente reajuste do salário mínimo para R$ 1.518. O texto foi relatado no Senado por Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo na Casa. A votação foi possível após a desocupação da mesa diretora do plenário por senadores da oposição, que protestavam por anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Na Câmara, a sessão foi retomada na noite de quarta-feira (6), após a desocupação do plenário. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu reassumir seu lugar após um atraso significativo na sessão. Em seu discurso, Motta criticou a obstrução da oposição e enfatizou a necessidade de priorizar pautas relevantes para o país. O episódio também gerou polêmica, especialmente após a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levar sua filha de quatro meses ao plenário durante o protesto, o que resultou em críticas e uma denúncia ao Conselho Tutelar de Brasília por suposta exposição da criança a riscos.
A deputada reagiu nas redes sociais, defendendo sua ação e acusando críticos de tentarem inviabilizar seu trabalho como mulher. Até o momento, o Conselho Tutelar não se manifestou sobre a denúncia. A retomada das atividades no Congresso é vista como um passo importante para a normalização dos trabalhos legislativos em meio a um cenário político conturbado.