Os conflitos por demarcação de terras no oeste do Paraná, que envolvem as comunidades indígenas Avá-Guarani, têm se intensificado, com pelo menos cinco ataques registrados em 2024. O caso mais recente ocorreu em 12 de julho, quando Everton Lopes Rodrigues, de 21 anos, foi encontrado morto ao lado de uma carta com ameaças direcionadas às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública. A Polícia Federal e a Polícia Civil do Paraná estão investigando o crime, que gerou um clima de medo entre os indígenas da região.
O Ministério Público do Paraná e o Ministério Público Federal recomendaram, em 15 de agosto, o reforço da segurança na área devido ao aumento das ameaças, que impactaram diretamente a rotina das crianças indígenas, levando-as a abandonarem as aulas. A disputa por terras na região remonta à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que forçou a migração dos povos indígenas e deixou marcas profundas na relação entre fazendeiros e comunidades nativas.
Em um esforço para pacificar os conflitos fundiários, o Supremo Tribunal Federal homologou um acordo para a compra de 3 mil hectares destinados a 31 comunidades Avá-Guarani, com investimento de R$ 240 milhões pela Itaipu Binacional. As primeiras famílias já começaram a ser assentadas em uma área adquirida, mas a expectativa é que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária avalie outras áreas para aquisição até o fim de agosto, buscando mitigar os impactos históricos da usina na vida dos indígenas.