O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, intensificou seu confronto com o chefe do exército, general Eyal Zamir, ao defender a ocupação total da Faixa de Gaza durante uma reunião de alto escalão na terça-feira, 5. O exército, no entanto, se opõe à medida, alertando que a ação pode colocar em risco a vida de reféns mantidos pelo Hamas. A reunião, que durou cerca de três horas, teve como objetivo discutir um plano de guerra a ser apresentado em uma sessão mais ampla do gabinete no final da semana.
Netanyahu já teria informado seus ministros sobre sua intenção de buscar apoio para a ocupação de Gaza, apesar das objeções do comando militar. Zamir argumenta que a presença militar na região pode comprometer a segurança dos reféns, cuja situação é crítica, com pelo menos 20 deles ainda vivos e sob ameaça de execução pelo Hamas.
A pressão sobre Zamir aumentou com os membros mais radicais da coalizão de governo exigindo sua renúncia. O ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir, criticou publicamente o general, enquanto Yair Netanyahu, filho do premiê, o acusou de conspirar contra o governo. Em meio a essa tensão, o ministro da Defesa, Israel Katz, também se manifestou, afirmando que o alto comando militar deve implementar as decisões da liderança política.
Enquanto isso, Zamir recebeu apoio da oposição e do chanceler israelense, Gideon Sa'ar, que defendeu a importância da opinião profissional do comandante militar. Críticos, como Yair Lapid e Benny Gantz, destacaram que as divergências entre a liderança política e o comando militar devem ser resolvidas de maneira construtiva e não em público.