A disputa entre montadoras no Brasil ganhou novos contornos esta semana, com a chinesa BYD solicitando ao governo federal a redução do imposto de importação sobre veículos semi-montados. O pedido, que visa uma alíquota de 10% para carros elétricos parcialmente montados e 5% para modelos ainda mais desmontados, gerou reações de grandes montadoras como Volkswagen, Stellantis, GM e Toyota, que se uniram em uma carta ao presidente Lula pedindo a rejeição da proposta.
A BYD, que iniciou a operação de sua fábrica em Camaçari, Bahia, em julho, argumenta que a redução do imposto é essencial para fomentar investimentos e empregos no Brasil. Em resposta à pressão das montadoras tradicionais, a empresa afirmou que a resistência é motivada pelo medo de perder a liderança de mercado e não pela proteção do setor.
Na última quinta-feira (31), o governo anunciou uma decisão que busca equilibrar os interesses das montadoras. A proposta de alíquota reduzida da BYD foi rejeitada, e o cronograma de aumento gradual do imposto de importação foi antecipado para janeiro de 2027. Contudo, para atender parcialmente a BYD, o governo zerou o imposto para veículos elétricos e híbridos que chegarem ao Brasil desmontados ou semi-montados por um período de seis meses.