O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 4,4 pontos na passagem de julho para agosto, encerrando o mês em 90,4 pontos. Este resultado, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 27, marca a maior queda mensal desde o período da pandemia e representa o menor nível do índice desde outubro de 2023. A média móvel trimestral também apresentou queda, acumulando 2,8 pontos a 94,0 pontos.
De acordo com o economista Stéfano Pacini, do Ibre/FGV, a diminuição da confiança reflete uma crescente insegurança entre os empresários, especialmente em relação ao acúmulo de estoques. A situação é agravada por uma política monetária restritiva e pela incerteza gerada pelas novas taxações impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O Índice de Situação Atual (ISA) foi o principal responsável pela queda do ICI, recuando 3,9 pontos para 93,4 pontos.
Além disso, o Índice de Expectativas (IE) contraiu 4,9 pontos, alcançando 87,6 pontos, com uma piora significativa em todos os indicadores que compõem este índice. O indicador de expectativas de emprego caiu para 91,2 pontos, o pior resultado desde junho de 2020. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci) permaneceu estável em 81,6%, mas a combinação de fatores sugere um cenário desafiador para o setor industrial no segundo semestre.