O comércio global experimentou uma expansão significativa em 2024, com um crescimento de 2,9% no volume de mercadorias, superando pela primeira vez desde 2017 o avanço do PIB global, que foi de 2,8%. O relatório anual da Organização Mundial do Comércio (OMC), divulgado nesta quinta-feira, também revelou um aumento de 6,8% no comércio de serviços em volume e 9% em valor. No entanto, a OMC alerta para uma perspectiva mais incerta em 2025, revisando suas previsões para uma leve contração de 0,2% no comércio de bens e um crescimento reduzido de 4% nos serviços.
A Europa se destacou como a única região com queda nas exportações e importações, com uma redução de 3,2% no comércio dentro da União Europeia. Excluindo o bloco europeu, o crescimento mundial de bens foi de 4,3%. A China manteve sua posição de liderança nas exportações, totalizando US$ 3,58 trilhões, enquanto os Estados Unidos lideraram as importações com US$ 3,36 trilhões. O superávit comercial da China aumentou em cerca de 20%, alcançando US$ 990 bilhões, impulsionado pela fraca demanda interna.
No setor de serviços, o segmento de viagens cresceu 13%, e os serviços digitais, incluindo computação e finanças, avançaram 8,3%, totalizando US$ 4,64 trilhões. A OMC destacou que os serviços digitais representaram 14,5% das exportações globais de bens e serviços. Apesar de não serem diretamente afetados por tarifas, os serviços também enfrentam desafios, pois a desaceleração no comércio de bens impacta a demanda por serviços relacionados, como transporte e logística. A previsão inicial de crescimento de 5,1% para os serviços foi ajustada para 4%, embora haja expectativa de melhora após abril, em decorrência de mudanças nas políticas comerciais.