Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta terça-feira (6), aponta que 77,8% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estão sujeitas a tarifas adicionais desde abril de 2025, em decorrência de decretos do presidente Donald Trump. As novas tarifas, que entraram em vigor às 1h01 (horário de Brasília) do dia 6 de agosto, impõem uma alíquota de 50% sobre as importações brasileiras, composta por uma taxa geral de 10% e uma cobrança adicional de 40%.
De acordo com a CNI, 41,4% da pauta exportadora do Brasil para os EUA enfrenta essa tarifa combinada, afetando 7.691 produtos. Em 2024, as exportações desses bens totalizaram US$ 17,5 bilhões. A análise abrange as sobretaxas resultantes de ordens executivas do governo Trump, que criaram alíquotas adicionais e medidas setoriais conforme a Seção 232 do Trade Expansion Act.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou a necessidade de avançar nas negociações para reverter essas barreiras comerciais. O setor de transformação é o mais impactado, respondendo por 69,9% das exportações sujeitas à tarifa de 50%, totalizando US$ 12,3 bilhões em 2024. Os segmentos de vestuário, máquinas, produtos têxteis, alimentos e químicos também estão entre os mais afetados. Por outro lado, 22,2% da pauta, representando US$ 9,4 bilhões, não enfrenta tarifas, com destaque para petróleo e combustíveis automotivos.