A Confederação Nacional da Indústria (CNI) protocolou nesta segunda-feira (18) um documento no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), afirmando que o Brasil não adota práticas comerciais injustificáveis ou discriminatórias. Essa manifestação ocorre em paralelo à defesa do governo brasileiro, que também deve ser enviada hoje, em resposta a uma investigação aberta em julho pelo governo Trump sobre alegações de práticas desleais do Brasil. Os Estados Unidos alegam ter identificado tais práticas, mas não apresentaram provas concretas, levantando questões sobre o sistema de pagamentos PIX, desmatamento e proteção à propriedade intelectual.
No documento assinado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, a entidade argumenta que as preocupações do USTR não justificam medidas restritivas com base na Seção 301 da lei comercial norte-americana. Alban ressalta que não há base jurídica ou factual para a imposição de tarifas adicionais, destacando que o comércio bilateral entre Brasil e EUA é mutuamente benéfico. A CNI recomenda que eventuais divergências sejam resolvidas por meio de diálogo bilateral e cooperação técnica, enfatizando a importância da parceria estratégica entre os países.
A Embraer, uma das principais empresas brasileiras de aeronáutica, também enviou uma carta ao governo dos EUA em resposta à investigação. O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, destacou a relevância da empresa no mercado americano e os benefícios que gera para os Estados Unidos. Ele argumentou que a imposição de tarifas sobre os produtos da Embraer seria contrária aos interesses norte-americanos e pediu ao governo dos EUA que reconheça os benefícios da empresa para evitar restrições que comprometam seu sucesso.