A Confederação Nacional da Indústria (CNI) protocolou nesta segunda-feira (18) um documento no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), afirmando que o Brasil não adota práticas “injustificáveis, discriminatórias ou restritivas” ao comércio com os EUA. Essa manifestação ocorre em paralelo à defesa do governo brasileiro, que também será enviada nesta data. A investigação foi aberta em julho pelo governo Donald Trump para apurar se políticas brasileiras estariam prejudicando o comércio norte-americano.
Os Estados Unidos alegam ter identificado “práticas comerciais desleais” do Brasil, mas não apresentaram provas concretas. Entre os pontos levantados estão questões relacionadas ao sistema de pagamentos PIX, ao desmatamento e à proteção da propriedade intelectual. Uma audiência pública sobre o tema está agendada para 3 de setembro. No documento assinado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, a entidade argumenta que as preocupações do USTR não justificam medidas restritivas com base na Seção 301 da lei comercial norte-americana.
A Embraer, empresa brasileira de aeronáutica, também enviou uma carta ao governo de Donald Trump em resposta à investigação. O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, destacou a importância da empresa para o mercado americano e argumentou que a imposição de tarifas seria contrária aos interesses dos EUA. Ambos os documentos enfatizam a necessidade de resolver divergências por meio de diálogo e cooperação técnica, ressaltando os benefícios mútuos do comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos.