A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem enfrentado um declínio em seu prestígio histórico no Brasil. Tradicionalmente vista como sinônimo de estabilidade e segurança, a carteira assinada é agora frequentemente associada a estagnação, baixa remuneração e jornadas exaustivas. Uma pesquisa do Datafolha, divulgada recentemente, indica que a maioria da população brasileira com mais de 16 anos prefere trabalhar por conta própria, uma tendência que se intensifica entre os jovens.
Esse cenário reflete uma mudança significativa nas aspirações profissionais dos brasileiros, que buscam maior flexibilidade e autonomia em suas carreiras. A pesquisa sugere que a percepção negativa em relação à CLT pode estar moldando uma nova geração de trabalhadores que prioriza o empreendedorismo em detrimento do emprego formal. Essa transformação pode ter implicações profundas para o mercado de trabalho e as políticas públicas relacionadas ao emprego no Brasil.
As consequências dessa mudança podem ser amplas, afetando desde a legislação trabalhista até as estratégias de formação profissional. Com um número crescente de jovens optando pelo trabalho autônomo, é essencial que o governo e as instituições repensem suas abordagens para apoiar essa nova realidade. O futuro do trabalho no Brasil pode estar se afastando da CLT, exigindo adaptações significativas na forma como se entende e se regula o emprego no país.