Em um cenário econômico global marcado por dívidas crescentes e inovações tecnológicas aceleradas, gestores de investimentos discutem os riscos e oportunidades que moldarão o futuro. Durante o podcast Outliers InfoMoney, Artur Wichmann, CIO da XP Inc., e Eduardo Camara Lopes, CIO da Jubarte Capital, destacaram que a herança econômica deixada para as próximas gerações é alarmante, com Lopes afirmando que “quebramos o pacto entre as gerações”. A velocidade das inovações, segundo Lopes, supera a capacidade de adaptação das sociedades, criando um ambiente de tensão permanente.
Wichmann endossou essa análise, ressaltando que o atual cenário combina endividamento elevado com juros altos, um contraste significativo em relação ao período pós-crise de 2008. Ele também levantou questões sobre o papel do dólar como ativo de refúgio global, à medida que se discute a necessidade de novos ativos livres de risco. Ambos os especialistas concordaram que a única saída viável para equilibrar as contas deixadas para o futuro seria um choque positivo de produtividade, alertando que, caso contrário, a sociedade poderá enfrentar sérias dificuldades financeiras.
No campo dos investimentos, Wichmann propôs três pilares essenciais: proteção contra a inflação, aproveitamento dos juros nominais altos no Brasil e diversificação internacional. Lopes complementou que a diversificação deve ser temática e não apenas geográfica, destacando as vantagens do Brasil em setores como segurança alimentar e transição energética. A discussão também abordou a atratividade da renda fixa brasileira e os desafios enfrentados para atrair capital internacional, enfatizando a importância de investir em setores estratégicos.