Um grupo de cientistas da Coreia do Sul e do Japão descobriu um novo tipo de cristal capaz de ‘respirar’ oxigênio, liberando e absorvendo o gás repetidamente sem perder sua estrutura. O estudo, publicado na última sexta-feira (15/8) na revista Nature Communications, aponta que a inovação pode transformar tecnologias limpas, como células a combustível, janelas inteligentes e dispositivos eletrônicos de última geração. A pesquisa foi liderada pelo professor Hyoungjeen Jeen, do Departamento de Física da Universidade Nacional de Busan, na Coreia do Sul, em colaboração com o professor Hiromichi Ohta, da Universidade de Hokkaido, no Japão.
O material é um óxido metálico formado por estrôncio, ferro e cobalto. Diferente de compostos anteriores, que exigiam temperaturas muito altas ou eram instáveis, o cristal consegue alternar entre ‘expulsar’ e ‘reabsorver’ oxigênio em condições brandas, mantendo-se intacto. O processo é reversível e pode ser repetido diversas vezes, o que garante potencial para aplicações práticas. Controlar o oxigênio em materiais é essencial para o desenvolvimento de células a combustível de óxido sólido, que geram eletricidade a partir do hidrogênio com baixas emissões.
Os pesquisadores destacam que apenas os íons de cobalto passam pela redução durante o processo, levando à formação de uma estrutura cristalina inédita e estável. Com estabilidade e eficiência em condições acessíveis, o novo cristal pode inaugurar uma geração de dispositivos que combinam sustentabilidade e inovação tecnológica. Entre os usos possíveis estão a geração de energia limpa em larga escala e componentes avançados para a eletrônica do futuro.