A divulgação recente de trocas de mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela Polícia Federal (PF) expôs a fragilidade das relações da família com o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Os conteúdos, que repercutiram amplamente no meio político, acentuam a crise na extrema direita e tornam cada vez mais inviável a possibilidade de um herdeiro político para a candidatura de Bolsonaro. Segundo o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), a antipatia do filho de Jair Bolsonaro por Tarcísio é evidente, criando um atrito que pode complicar ainda mais a situação política da direita. O distanciamento se estende a outros governadores, como Romeu Zema e Ronaldo Caiado, deixando o trono político do ex-presidente vazio. Ramirez observa que, apesar da presença dos filhos de Bolsonaro, suas imagens estão manchadas e suas habilidades comunicativas são limitadas. Além disso, ele aponta que o bolsonarismo tem perdido espaço na opinião pública devido a questões econômicas, favorecendo a imagem do governo Lula.