As principais cidades da China, incluindo Shenzhen, Hangzhou e Guangzhou, estão adotando políticas de aluguel gratuito em parques industriais para atrair startups e empresas de tecnologia avançada. Desde março, essas cidades têm oferecido isenção de custos de arrendamento por um período que varia de dois a cinco anos, numa tentativa de reduzir despesas operacionais e preencher espaços vazios resultantes de anos de construção excessiva. A competição entre as cidades se intensificou em julho, quando Guangzhou anunciou 13 áreas-piloto com 150 mil metros quadrados disponíveis para empresas que assinam contratos de longo prazo, oferecendo até três anos de aluguel gratuito.
Essas iniciativas surgem em resposta a um regulamento do Conselho de Estado que proíbe incentivos tradicionais, como terrenos baratos e subsídios diretos, forçando os governos locais a buscar novas táticas para atrair investimentos. O distrito de Haidian, em Pequim, e outras cidades como Suzhou e Chengdu também se juntaram à corrida, oferecendo grandes áreas de espaço gratuito para empresas emergentes. A pressão para criar empregos e aumentar a arrecadação fiscal tem levado os funcionários locais a competir intensamente por um número limitado de startups promissoras, resultando em negociações entre as cidades para oferecer as melhores condições.
Além disso, o excesso de parques industriais vazios desde a pandemia tem impulsionado essa política de aluguel zero. Com taxas de vacância variando entre 30% e 50% em todo o país, as autoridades locais estão desesperadas para ocupar esses espaços. Embora Shenzhen tenha apresentado um desempenho relativamente melhor na locação de espaços, analistas alertam que a oferta excessiva deve continuar nos próximos anos, o que pode levar a uma competição ainda mais acirrada entre as cidades para atrair empresas.