O Conjunto Cidade Nova, um dos principais centros habitacionais e comerciais de Ananindeua, passou por uma significativa transformação desde a década de 1970. Antes de sua urbanização, a área era dominada por grandes propriedades rurais, principalmente de imigrantes japoneses que se dedicavam à agricultura de subsistência. O planejamento do conjunto habitacional surgiu como uma solução para acomodar a crescente população da Região Metropolitana de Belém.
De acordo com o historiador Márcio Neco, a criação da Cidade Nova foi influenciada por um plano positivista e cartesiano durante o Governo Militar, visando a segregação das classes mais pobres do centro urbano. O processo de urbanização começou com a aquisição gradual dos terrenos, que antes pertenciam a imigrantes japoneses, e resultou na formação dos subconjuntos que compõem a Cidade Nova, numerados de I a IX.
Uma particularidade intrigante da Cidade Nova é a desordem na numeração dos subconjuntos, que não segue uma sequência lógica. Além disso, as ruas são identificadas por siglas como WE (West, East) e SN (Sul, Norte), refletindo a ideologia positivista da época, que evitava homenagear personalidades ou eventos históricos. Com o passar dos anos, algumas vias receberam nomes de figuras públicas, como a Avenida Dom Vicente Zico, mas a maioria mantém a nomenclatura original.
Apesar de seu surgimento em um contexto segregacionista, a Cidade Nova se consolidou como o maior polo econômico de Ananindeua, desafiando as expectativas iniciais e se tornando um exemplo de desenvolvimento urbano. O nome 'Cidade Nova' simboliza a proposta de criar um espaço convidativo para a população, seguindo um padrão observado em diversas partes do mundo.