Comunidades indígenas em Uiramutã, a cidade mais indígena do Brasil, enfrentam sérios problemas devido às intensas chuvas que ocorrem entre maio e setembro. A situação crítica afeta 60% da população local, com 8.334 pessoas isoladas, segundo a Defesa Civil Estadual. O acesso a serviços essenciais, como educação e saúde, está comprometido, e plantações foram severamente danificadas.
Localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, Uiramutã é um município de 13.751 habitantes, dos quais 96,60% se autodeclaram indígenas. O prefeito Tuxaua Benisio decretou situação de emergência em 11 de julho, após a identificação de 18 comunidades isoladas. As principais vias de acesso, como a rodovia RR-171, estão em condições precárias, dificultando a chegada de ajuda.
O tenente-coronel Leonardo Menezes, da Defesa Civil de Roraima, afirmou que a situação se agravou, com todas as comunidades indígenas enfrentando dificuldades. Um relatório foi enviado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para solicitar a decretação de emergência em nível nacional. O pedido, protocolado em 25 de julho, está atualmente em análise.
Enquanto isso, lideranças locais cobram ações imediatas para mitigar os impactos das chuvas. A Defesa Civil e a prefeitura de Uiramutã ainda não se pronunciaram sobre a situação, e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que acompanha a manutenção das rodovias na região.