As importações de soja da China alcançaram um recorde histórico em julho, totalizando 11,67 milhões de toneladas, conforme dados da Administração Geral de Alfândega. O volume representa um aumento de 18,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, superando as expectativas de analistas que previam 10,48 milhões de toneladas. O crescimento das importações é atribuído às robustas exportações do Brasil e às incertezas nas relações comerciais entre a China e os Estados Unidos.
Os analistas da JCI, como Rosa Wang, indicam que o mercado está se preparando para possíveis incertezas devido às tensões comerciais entre as duas potências. A expectativa é que as importações de soja permaneçam acima de 10 milhões de toneladas nos meses de agosto e setembro. A maior parte dos grãos deve ser proveniente do Brasil, que se destaca como o maior produtor e exportador mundial de soja.
Além disso, os dados mostram que os embarques de soja nos primeiros sete meses de 2023 totalizaram 61,04 milhões de toneladas, um aumento de 4,6% em comparação ao ano anterior. Apesar do recorde em julho, as importações caíram 4,8% em relação a junho. As preocupações com a oferta de soja para o quarto trimestre estão em alta, especialmente com a recente compra de 1,9 milhão de toneladas de farelo de soja pelas fábricas de ração, a maior aquisição em um único dia prevista para 2025.
Atualmente, a China ainda não fez reservas de soja dos EUA para o quarto trimestre, aguardando desdobramentos nas negociações comerciais. Wan Chengzhi, analista da Capital Jingdu Futures, alerta para um possível descompasso entre a oferta e a demanda no mercado interno chinês, embora a situação de excesso de farelo de soja possa complicar ainda mais o cenário.