PEQUIM (Reuters) – O Ministério do Comércio da China anunciou nesta quarta-feira a prorrogação por três meses da investigação sobre as importações de carne bovina, que agora se estenderá até 26 de novembro. A medida oferece um alívio temporário para os fornecedores globais, enquanto a indústria local enfrenta desafios com o excesso de oferta e a desaceleração da demanda.
A investigação, que teve início em dezembro do ano passado, não tem como alvo um país específico, mas pode impactar grandes exportadores como Argentina, Austrália, Brasil e Estados Unidos. O ministério justificou a extensão do prazo devido ao “grande volume de trabalho investigativo e a complexidade do caso”.
Analistas do setor, como Even Rogers Pay, da Trivium China, consideram a prorrogação uma oportunidade para que Pequim avalie a recuperação da lucratividade do setor doméstico sem a necessidade de medidas restritivas. Embora a possibilidade de restrições comerciais ainda não esteja descartada, é mais provável que soluções sejam buscadas de forma discreta.
Além disso, o governo chinês tem implementado medidas de apoio ao setor, incluindo incentivos financeiros. Apesar de um recorde de 2,87 milhões de toneladas de carne bovina importadas em 2024, as importações no primeiro semestre de 2025 caíram 9,5% em relação ao ano anterior, totalizando 1,3 milhão de toneladas.