O embaixador da China nos Estados Unidos, Xie Feng, defendeu na sexta-feira, 22 de agosto de 2025, a ampliação da cooperação sino-americana no comércio de soja durante um evento em Washington. Atualmente, o Brasil responde por cerca de 70% das importações chinesas da oleaginosa, enquanto os EUA atendem pouco mais de 20%. Xie destacou que a relação econômica entre os dois países é mutuamente benéfica e enfatizou a necessidade de mais cooperação.
O diplomata chinês observou que metade da soja americana exportada historicamente ia para a China, mas as exportações caíram 51% no primeiro semestre de 2025 devido ao aumento das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Apesar de uma trégua temporária na disputa comercial, Pequim não adquiriu soja americana para o quarto trimestre de 2025, mantendo o Brasil como seu principal fornecedor. Em 2024, o país sul-americano exportou 74,6 milhões de toneladas para a China, representando 71% do total.
A proposta de aumento nas compras chinesas de soja americana levanta preocupações no Brasil, que se beneficiou da guerra comercial para expandir sua participação no mercado asiático. Especialistas alertam que qualquer incremento nas importações dos EUA pode reduzir a fatia brasileira, atualmente majoritária. Leandro Gilio, do Insper Agro Global, ressalta que a soja brasileira é competitiva em qualidade e custo, mas o mercado ainda é limitado em diversidade, abrindo espaço para negociações internacionais.