Exportadores brasileiros, especialmente do Ceará, estão em alerta com a iminente implementação de tarifas elevadas sobre produtos destinados aos Estados Unidos. O estado, que depende fortemente do mercado americano, vê sua economia ameaçada, uma vez que 50% de suas exportações têm como destino os EUA. Entre os produtos mais afetados estão pescados, frutas, castanhas e água de coco.
Em Paraipaba, uma empresa de água de coco, que emprega 470 funcionários, já se prepara para uma possível queda nas vendas, estimando perdas de até US$ 20 milhões anuais se não conseguir isenção da sobretaxa. O diretor da empresa, Fábio Macedo, destacou que a tarifa de 50% é a mais alta em comparação com os concorrentes asiáticos, que enfrentam taxas entre 19% e 30%.
A situação é crítica também para o setor de pescados, que já registrou uma redução na produção, passando de cinco toneladas para apenas 600 quilos diários. Paulo Gonçalves, diretor comercial de uma empresa do ramo, afirmou que as compras de peixe costeiro foram suspensas, e a busca por alternativas de mercado ainda está em fase de estudo. A incerteza sobre o futuro das exportações e a necessidade de ajustes operacionais colocam em risco a estabilidade econômica do estado.