Juliana Garcia, moradora de Natal (RN), foi brutalmente agredida pelo namorado em um ataque que durou apenas 34 segundos, resultando em 61 socos e múltiplas fraturas que exigiram cirurgia de reconstrução facial. O incidente, ocorrido em 26 de julho e registrado por câmeras de segurança de um elevador, gerou indignação nacional e trouxe à tona a grave questão da violência doméstica no Brasil.
A agressão coincide com o início do Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização sobre a violência contra as mulheres e à promoção da Lei Maria da Penha, que completou 19 anos. A legislação, considerada um marco na proteção das mulheres, busca ampliar a punição aos agressores e coibir a violência doméstica e familiar, mas ainda enfrenta desafios significativos em sua efetividade.
Dados do Conselho Nacional de Justiça revelam que, em 2024, foram julgados 10.991 processos de feminicídio, o maior número desde 2020, representando um aumento de 225% em relação aos 3.375 casos julgados naquele ano. Além disso, uma pesquisa do Instituto DataSenado aponta que 68% das brasileiras conhecem alguém que já sofreu violência doméstica, enquanto apenas 24% afirmam entender bem a Lei Maria da Penha.
Esses números evidenciam a necessidade urgente de políticas públicas mais robustas e integradas para combater a violência contra a mulher no Brasil. A sociedade tem um papel fundamental na cobrança de ações efetivas, reforçando que a legislação deve ser acompanhada de medidas práticas para garantir a proteção das mulheres e a erradicação da violência doméstica.