Uma carta manuscrita encontrada na residência do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, é considerada pelos investigadores como evidência de um esquema de propinas que movimentou mais de R$ 1 bilhão. O documento, apreendido durante a Operação Ícaro, detalha propostas para novas liberações de impostos e foi utilizado pelo Ministério Público para solicitar a conversão da prisão temporária de Artur em preventiva, devido ao risco de ocultação de provas.
Datada de 3 de março, a carta foi escrita em caneta vermelha e descreve a preocupação do auditor com as consequências de assinar novas liberações, mencionando uma orientação espiritual sobre o assunto. Além de Artur, a operação resultou na prisão de Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop, ambos suspeitos de pagarem propinas para acelerar pedidos de ressarcimento de créditos de ICMS-ST.
As implicações desse caso são profundas, levantando questões sobre corrupção no setor público e a integridade das instituições fiscais. Enquanto Artur pediu exoneração e enfrenta um processo disciplinar, os executivos estão sob monitoramento eletrônico e devem depositar fiança para evitar a prisão. A situação continua a evoluir, com o Ministério Público e a Justiça avaliando os próximos passos na investigação.