A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta terça-feira (19) que há uma clara resistência à presença de mulheres nos tribunais do Brasil. A declaração foi feita durante o julgamento em que o TSE decidiu reverter sua própria determinação, que previa que a próxima nomeação do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) fosse feita com uma lista tríplice composta exclusivamente por advogadas. Cármen Lúcia expressou preocupação ao mencionar que alguns tribunais estão esperando sua saída da presidência, prevista para o próximo ano, para tentar derrubar a resolução que estabelece a alternância de gênero nas indicações aos TREs. A Resolução 23.746, aprovada em março deste ano, visa garantir uma representação equitativa entre homens e mulheres nas listas para preenchimento de vagas na Justiça Eleitoral. No caso específico do TRE-RJ, o TSE decidiu que a próxima lista para a sucessão do desembargador Fernando Marques de Campos Cabral Filho não será restrita a mulheres, após questionamento do ministro André Mendonça, que argumentou que a lista anterior já havia sido aprovada antes da nova resolução.